Está aí em cima, na capa do jornal desta quinta-feira, e está lá, no site da “Gazzetta dello Sport”. A primeira derrota de Seedorf. A primeira eliminação no único torneio que o Milan tinha chance na temporada.“Non faccio miracoli”
Futebol é quarta e domingo, diria Muricy. No caso, domingo e quarta. Domingo, estreia com vitória, elogios, esperanças. Quarta, primeiro revés, eliminação, críticas, mais críticas.
“Non faccio miracoli”
A frase fica ecoando. Seedorf precisou de uma derrota para sentir na pele o que todos já sabiam: o Milan tem um time limitado. Limitado é uma maneira educada de dizer que a equipe é fraca. Na bola, na técnica, não vai longe. Precisa de reforços urgentes, mas falta grana.
O ditado diz que, se a vida te dá um limão, faça uma limonada. E o que fazer com o Milan? Com o perdão do trocadilho, nada.
Claro que, no papel, existem bons jogadores. Mas aí você pega o elenco (que você pode ver aqui) e enxerga fragilidade para tudo que é canto. Monte o seu time aí e me diga: empolgante, não? Não mesmo. E quando os bons são poucos e ainda estão em má fase, a coisa fica ainda mais complicada.
Resta a Seedorf, então, apelar para o emocional. A reação, se vier, só chegará aliada à dignidade, à base da raça, da garra, do comer a grama. Mexer com o elenco, com os brios, me parece a única saída. Mas isso vai resolver os problemas eternamente? Que nada, é o “fator bombeiro”, é apagar o incêndio. Sem limão, sabe como é…
“Non faccio miracoli”
Fora de casa, o holandês fez milagre. Alguns, eu diria. Primeiro, ao aceitar a proposta de vir jogar no Brasil. Daí vieram outros: Taça Rio, Taça Guanabara, Carioca, vaga na Libertadores. Agora, em casa, carrega a esperança dos rossoneros para reerguer o time, o clube, enfim, tudo. Santo de casa faz milagre? São Seedorf já deixou claro que não.