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Como é fácil ser Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo, um cara iluminado - Foto: Getty

Cristiano Ronaldo, um cara iluminado – Foto: Getty

Dinheiro pra caramba, fama absurda, mulherada. Se pensar por esse lado, é muito, mas muito fácil ser Cristiano Ronaldo. Uma baba. Será?

Ele é o herdeiro, a ponta do iceberg de uma tríade de ídolos do futebol português. A coroa de Eusébio passou para Luis Figo e chegou a Cristiano Ronaldo. Ser craque ao lado de craques é, sim, uma baba. Ser craque na seleção de Portugal é bem mais complicado.

Pressão é a palavra. A expressão “família humilde” sempre esteve por ali. Surgiu na bola como prodígio, chegou ao Manchester United como esperança, foi para o Real Madrid com títulos e troféu de melhor do mundo nas mãos. Na Espanha, encarou um fantasma chamado Messi, um filme de terror e pânico intitulado “Barcelona”, com direito a cenas de crueldade. Fácil?

Com Portugal, foi fiel escudeiro de Luis Figo na derrota mais amarga em séculos: o título da Euro-2004, venhamos e convenhamos, em casa, diante da Grécia, estava mais do que ganho. Fácil?

Veio a Copa de 2006, e  o quarto lugar foi sensacional. Mas, como em quase tudo na vida, parece existir uma gigantesca obrigação dar um passo além sempre, de se provar que você pode aumentar seus limites diariamente. Parar nas quartas de final da Euro-2008 foi um passo atrás? O que dizer, então, da derrota para a Espanha nas oitavas de 2010? Fácil?

A Euro-2012 pareceu dar uma luz a Cristiano Ronaldo, e a derrota nos pênaltis na semifinal para a já conhecida Espanha veio como uma ressurreição. Mas a gangorra seguiu, e a campanha nas eliminatórias da Copa de 2014 beiraram a tragédia até a apresentação de gala no mata-mata com a Suécia. Do inferno ao céu, do inferno ao céu. Fácil?

Em meio a tudo isso, soma-se o fato de o português ter passado por duas equipes que sofrem pouca pressão da torcida, da mídia, do mundo: United e Real. Ganhou na quarta, é rei. Nem precisa perder no domingo, mas ouse empatar, e a coroa vai para o limbo. Bestial, besta. Fácil?

Ainda há um lado emocional de ser considerado o maior jogador de seu país na última década. Mais: a grande esperança de levar essa nação a um lugar nunca antes navegado no futebol mundial. Portugal não é um Brasil da vida em que ídolos vem e vão. Só para pensar nos últimos dez anos, Neymar, Ronaldinho, Kaká, Ronaldo, Rivaldo, Adriano, Robinho, e por aí vai. Faça um exercício de memória e cace sete jogadores excelentes de Portugal no mesmo período. Seis, vai. Ok, quatro. Fechamos em três. Enfim, fácil?

Lado emocional parte 2, Cristiano Ronaldo é herdeiro de Eusébio, faz parte da linha sucessória do gênio. O Pantera Negra foi monstruoso nos anos 60 e 70. Acompanhado por uma geração cheia de habilidade, “a melhor depois de Eusébio”, Figo veio no fim dos anos 80 e durou até outro dia como o cara que iria levar Portugal a alçar voos altos. Foi lindo, mas não rolou. Sobrou, então, nas costas de Cristiano Ronaldo. Algo como “olha, só tem você agora, vai lá e decide”, isso aos 49min do segundo tempo. Fácil?

Imagina a cabeça desse cara que decide semana sim, semana também, tanto no clube – e não é qualquer clube – como na seleção – e não é nenhum time dos sonhos -, e ainda tem que conviver diariamente com um fantasma do tamanho de Messi, uma sombra que ronda tudo que ele faz. O português é autor de um golaço, o argentino resolve marcar dois. O português ganha 33 jogos, o argentino vence  34. E por aí vai, rodada a rodada, campeonato a campeonato, ano a ano. Fácil?

Dinheiro pra caramba, fama absurda, mulherada. Se pensar por esse lado, é uma baba ser Cristiano Ronaldo. Se pensar por outros tantos, fica claro que nada caiu no seu colo. Para completar, justo agora, Eusébio, a inspiração maior, se foi. Uma Bola de Ouro em uma hora dessas seria o ápice, e o ápice veio. O choro, sincero, é a reação natural de quem sabe que nada caiu do céu. Fácil? Não, nem um pouco. Nem um pouco mesmo.

Pode chorar, gajo. Eu te entendo. 

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O melhor ataque do mundo?

Minicraques de Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar: algum deles será mega na Copa - Foto: Kodoto.com

Ronaldo, Messi e Neymar minis: quem será mega na Copa? – Foto: Kodoto.com

Higuaín, Lavezzi, Messi?

Postiga, Nani, Cristiano Ronaldo?

Suárez, Cavani, Forlán?

Insigne, Osvaldo, Balotelli?

Hulk, Fred, Neymar?

Negredo, Pedro, David Silva?

Giroud, Ribéry, Benzema?

Schuerrle, Muller, Ozil?

Rooney, Sturridge, Wellbeck?

Van Persie, Sneijder, Robben?

Hazard, Fellaini, Lukaku?

Falcao García, James Rodríguez, Jackson Martínez?

É ano de Copa do Mundo, amigo. Alguma dúvida que o campeão sairá de um dos 12 trios acima? Mas, e aí, quem tem o melhor ataque do planeta? Nomes ajudam, mas não respondem a pergunta.

Foi-se o tempo que um time tinha um ataque matador, suficiente para resolver os jogos sem se preocupar com uma defesa compacta. Foi-se a época em fazer sete e tomar cinco. Foi-se.

Caras como esses podem definir jogadas e jogos, mas, para ganhar campeonatos, ainda mais uma Copa, é preciso de mais. Se o Mundial é um tiro curto, pá-pum, não tem fase esplendorosa que vai salvar qualquer seleção.

Falar apenas do ataque de uma seleção/time é uma armadilha danada. É claro que qualquer equipe com Messi ou Cristiano Ronaldo ou Neymar ou tantos outros mete medo. Pavor, até. Mas, andorinhas não farão verão, muito menos no nosso rigoroso inverno aqui.

Está óbvio que não se ataca só com atacante, nem se defende só com zagueiro, e por aí vai. É legal no videogame, mas no mundinho real, esquece. Infelizmente – ou felizmente -, não vai rolar.

A resposta para a pergunta no título desse post vai além de quem define as jogadas. O contexto é bem maior, extramente repleto de variáveis. É o tal do futebol-total, que pode ser ou não bonito, mas é de uma eficiência absurda. E é isso que temos pra hoje.

Texto escrito, fica a questão: qual é ou quem tem o melhor ataque do mundo? Não sei a resposta, mas deixo outra pergunta no ar: isso basta?

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Messi, 234 e contando

Messi, 234 comemorações - Foto: Josep Lago/AFP, Arte/Ricardo Zanei

Messi, 234 comemorações - Foto: Josep Lago/AFP, Arte/Ricardo Zanei

Messi, 234 gols pelo Barcelona, maior artilheiro da história do clube catalão em jogos oficiais. Sim, 234 gols. E ele tem 24 anos. Sim, 24 anos. Impressionante.

Concorde ou não, o argentino já está na lista dos maiores jogadores de sempre. Muito se fala: Neymar ou Messi? Messi ou Maradona? Maradona ou Pelé? Penso diferente e acho melhor trocar o “ou” pelo “e”. Neymar e Messi e Maradona e Pelé. Já imaginou isso? Inacreditável.

Não dá para negar isso a importância histórica de Messi. E o melhor é que está aí, na sua, na minha TV, quase todos os dias. Ao invés de discutir se ele é bom ou não, melhor é assisti-lo e bater palma, não?

Messi, 24 anos, 234 gols pelo Barcelona. E contando.

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Messi e Barcos, a quarta-feira argentina e uma caixinha de surpresas

O dia de Messi e Barcos - Foto: Reuters e AE, Arte/Ricardo Zanei

O dia de Messi e Barcos - Foto: Reuters e AE, Arte/Ricardo Zanei

É curioso como as histórias de dois caras completamente diferentes podem ter algo em comum no mesmo dia. Aliás, em comum, além da nacionalidade argentina, foi o fato de brilharem na mesma quarta-feira. A qualidade é incomparável, as torcidas são diferentes, mas Lionel Messi e Hernán Barcos fizeram a felicidade de muitos torcedores no planeta.

Começando pelo astro, parece até que foi a estreia de Messi com a camisa da Argentina. Mas ouso dizer que foi a primeira vez que ele se sentiu tão à vontade com o uniforme nacional. Parecia que ele era o 10 dos “hermanos” há décadas.

Mas o mais engraçado é que Messi fez basicamente o que faz no Barcelona. Aliás, essa era (era ou é?) a grande crítica sobre ele: o Messi da Argentina não é o mesmo Messi do Barça. Dessa vez, o cara que joga na Espanha se apresentou na melhor forma possível e atropelou a Suíça.

Tem gente que falou e vai falar “também, contra a Suíça, é obrigação”. O Brasil pega trocentas galinhas mortas por aí, zilhões de Suíças, e nem por isso tem jogador deitando e rolando. Também acho que jogar bem contra a Suíça é obrigação, e Messi cumpriu a dele com louvor. Batemos palmas, pois!

O lance do primeiro gol é um primor, dá vontade de emoldurar e colocar na parede. A arrancada tradicional de Messi, o passe preciso para Aguero, a assistência em um calcanhar socrático, a ajeitadinha já clássica e o tiro certeiro, letal, no cantinho. De chorar.

Suíça 1 x 3 Argentina

O curioso é que, mesmo com a imagem fechada, contei 11 suíços no campo de defesa. Quando Messi recebe a bola, são 7 caras à pequena ou média distância do craque. E ele não faz nada absurdo: gira o corpo, dá dois toques, passa para Aguero, recebe de volta, ajeita e bate. Talvez seja esse o segredo dele, a simplicidade. Monstruoso!

Messi, 1º gol contra a Suíça - Foto: Reprodução de TV e Arte/Ricardo Zanei

Messi, 1º gol contra a Suíça - Foto: Reprodução de TV e Arte/Ricardo Zanei

O outro argentino que roubou a cena na quarta-feira foi Barcos, do Palmeiras. Quem diria que esse cara ia ter tanto sucesso em tão pouco tempo, hein? Acho que nem Felipão, que bancou a sua contratação, achava que isso ia acontecer. Sonhar, sonhava, mas acreditar mesmo, acho que não.

A única pessoa que acreditava que Barcos teria sucesso no Palestra era o próprio Barcos. Como um cara que acaba de desembarcar em outro país fala que vai marcar 27 gols na temporada? Confiança, meus caros! E isso, ele tem de sobra. Já são cinco gols em seis jogos, faltam “só” 22. Corro o risco de uma análise precoce, mas acho que é o melhor centroavante que o Palmeiras teve desde a última passagem de Vágner Love pelo Palestra. Finalmente, o torcedor alviverde pode dizer que tem um camisa 9.

O primeiro gol contra o São Paulo mostrou que Barcos tem qualidade. O domínio de bola, o corte nos zagueiros, o chute de canhota: foi um belo lance. Agora, contra o Linense, ele fez um gol, digamos, à la Messi. Brigou para ganhar a bola no meio-campo. Arrancou para o ataque, deu uma meia-lua desconcertante no zagueiro. Aí, pensei que ele ia soltar aquela cacetada. Que nada, resolveu a situação com um toquinho por cobertura no goleiro. Que golaço! Ficaria bem bonito ao lado do de Messi na minha parede!

Golaço de Barcos contra o Linense

A narração de Cléber Machado, para uns, deprecia o futebol de Barcos. Para mim, é precisa: “Vai se revelando como um jogador com bons recursos. Ele é lento, ele não é habilidoso. Ele deu um pique bom. E deu uma meia-lua espetacular no Pablo. E para completar, um toque sutil”. O que o narrador global quer dizer é que o argentino está longe de ser um gênio da bola, mas também está longe de ser um troglodita. E, fazendo, gol, quem se importa?

Com Messi e Barcos, a quarta-feira teve um gostinho argentino. Quem diria que esse craque e esse artilheiro que o futebol brasileiro começa a conhecer seriam protagonistas no mesmo dia. E mais: com golaços e com elogios. Não tem mais bobo no futebol, mas o futebol continua a ser uma caixinha de surpresas.

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Barcelona, triângulos, o mar e uma questão de natureza

Barcelona, campeão do mundo de 2011 - Foto: Reuters

Barcelona, campeão do mundo de 2011 - Foto: Reuters

Não achei justo escrever logo após Barcelona x Santos. Seria covardia. Preferi parar, pensar, ver, ouvir, enfim, ter uma ideia mais clara antes de dizer que o time espanhol é sensacional, é genial, que deu show. Isso, todo mundo sabe.

Muita gente compara a Holanda de Cruyff à equipe da Catalunha. Por uma questão de logística temporal, vi pouco a “laranja mecânica”, mas li muito mais sobre o “carrossel holandês” do que sobre o Barcelona de Messi e companhia. Aliás, pelo dinamismo, de “carrossel” aquele time não tinha nada. Assim, eu vi e vejo, por uma questão de logística temporal, muito mais o Barcelona atual. É só ligar a TV que, toda semana, tudo que é cronista esportivo enche a bola do time de Guardiola.

Mas o que é essa equipe? Qual é o segredo? Como ela joga? Ver, todo mundo vê, mas ninguém, até hoje (Ok, Mourinho e sua Inter conseguiram), teve capacidade de brecar uma das melhores equipes da história da bola.

Esqueçam o trocadilho óbvio com “Peixe”, mas a partida contra o Santos me ajudou a ver o Barcelona de duas formas, uma mais didática, mais fruto de todo o treinamento que esse time passa desde suas categorias de base, e outra mais lúdica, mais no “estilo Armando Nogueira”.

Santos 0 x 4 Barcelona

De forma prática, é óbvio que o grande diferencial do Barcelona é a movimentação. Mas, não adianta nada você se movimentar se o seu companheiro não tem capacidade de dar um passe de 2 metros. A relação entre linha da bola e movimentação também é de se espantar: ora os jogadores avançam além da linha da bola; em outros momentos, é a bola que recua, abrindo espaços para os avanços dos jogadores.

Vejo até um “quê” de basquete na coisa toda. Vocês se lembram do triângulo ofensivo do Chicago Bulls de Phil Jackson e Michael Jordan. Pois foi o auxiliar do treinador, um senhorzinho simpatico chamado Tex Winter, que lapidou a coisa toda (o esquema foi criado pelo técnico Sam Barry). Basicamente, a movimentação de ataque, com passes curtos e rápidos, criava novas opções de passe e fazia com que surgissem espaços na defesa rival. Parece ou não parece?

Quem joga contra o Barcelona não sabe muito bem quem marcar. “Vou colocar dois caras em cima do Messi”, pode pensar um técnico, mas e aí? O Xavi vai ficar livre? O Iniesta? A marcação rival se perde porque nunca se sabe por onde o time espanhol vai atacar. Daí a visão lúdia: o mar.

Fim de ano, todo mundo vai para a praia e entope as estradas e as águas de todo o país. O melhor para visualizar a coisa é ir enquanto todo mundo trabalha. Aí, sim, o cara chega na areia, com sol ou não, e ele resolve entrar na água. Ao fundo, ele vê aquela marolinha vindo. Curioso que ela não nasce sempre no mesmo lugar, mas surge de diversos pontos no meio daquele mar. Às vezes, não dá em nada, e ela some. Em outras, ela até chega perto, mas desaparece. Enfim, algumas viram ondas, umas mais encorpadas, outras mais leves, ou uma sequência delas… Assim é o Barcelona.

Onda - Foto: Clark Little

Onda - Foto: Clark Little

A jogada que começa lá atrás é uma marolinha, que pode vir por qualquer canto. Às vezes, não dá em nada, mas ela volta aqui e ali até virar uma onda certeira. A onda, aquela forte, muitas vezes atende pelo nome de Messi. Mas não adianta esperar apenas pelas “ondas Messi”. Outras ondas, como Xavi, Iniesta e etc e etc e etc, são tão ou mais letais que a tal Messi. Pior: pode vir uma Messi seguida de um Xavi seguida de um Daniel Alves seguida de um Piqué, e você ali, sem saber de onde veio tudo isso.

Claro que não tem magia nenhuma nesse Barcelona. O técnico não é o “Mister M”, nem ouviremos Cid Moreira anunciar que, no próximo domingo, ele desvendará esse sortilégio. A magia do Barcelona se chama treino, se chama suor. E não é o treino daquele cara de 25 anos, que se tornou profissional sem nem saber acertar o gol direito. É o treino desde moleque, criança, aquele treino que deixa o garoto capaz de realizar o básico de olhos fechados. Vira algo intrínseco, eu diria, até, que se torna é uma questão de natureza. Como o mar.

P.S.: Flavio Gomes dá mais uma aula em seu Blog com o imperdível “A Lição do Japão”.

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A evolução do Fifa, e não da Fifa

Capa do Fifa 12 - Foto: Divulgação

Capa do Fifa 12 - Foto: Divulgação

A evolução do game Fifa é impressionante. Que o diga a nova versão, o Fifa 12, que eu “peguei” na sexta, mas joguei pela primeira vez na madrugada de segunda para terça. Gráficos cada vez mais realistas, jogos cada vez mais difíceis de ganhar. Eu não sou um completo idiota do jogo, mas confesso que ainda estou em busca da minha primeira vitória. Gols, só com Messi e Cristiano Ronaldo.

Fico aqui imaginando se a Fifa, a entidade, avançasse ano a ano como o game, especialmente no quesito, digamos, hombridade. Ou, ainda, se tivesse a clareza das imagens do game. Seria bem bacana, não?

Abaixo, um vídeo com a evolução do Fifa. Para quem é meio viciado, como eu, dá para relembrar bons momentos do game. Sim, é coisa de nerd, mas acho que dá para conviver com isso…

A evolução do Fifa

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O que você poderia comprar com o novo salário de Eto’o

Samuel Eto'o, um zilionário no futebol - Foto: AP

Samuel Eto'o, um zilionário no futebol - Foto: AP

Samuel Eto’o trocou a Inter de Milão pelo Anzhi Makhachkala. Não tem nada de futebolístico na transferência: ela só se concretizou por causa da grana.

Segundo a agência AP, o atacante vai receber a mixaria de US$ 29 milhões por temporada, cerca de R$ 47 milhões por ano. Dinheiro de pinga, diria o outro.

(Abre parênteses: o clube desmentiu os valores, mas isso não vai atrapalhar na minha brincadeira)

Só para ter ideia de como a grana é alta, Cristiano Ronaldo recebe US$ 17,4 milhões (cerca de R$ 28 milhões) no Real Madrid, e Lionel Messi ganha US$ 15,2 milhões (R$ 24,5 milhões) do Barcelona. Dá pra fazer uma bela feira, diria aquele outro.

Comparando com os esportes americanos, no quesito salário (não entram os contratos publicitários), Eto’o só receberia menos do que Alex Rodriguez, jogador de beisebol, estrela do New York Yankees, com um salarinho humilde de US$ 32 milhões por temporada (quase R$ 52 milhões).

Bom, em meio a toda essa grana, o site KCKRS.com fez uma lista sobre cinco coisas que Eto’o poderia comprar com a bolada que vai receber:

– um Chinook, aquele helicóptero de guerra dos EUA, com o objetivo de morar em Moscou e viajar para Makhachkala a cada jogo da equipe

– 128.888 ingressos para a temporada do Blackburn no Campeonato Inglês

– contratar 209 jogadores da MLS, a liga americana de futebol, como seus empregados, baseado na média salaria de R$ 138.169 revelada pela entidade

– 690 ridículos relógios feitos por designers

– patrocinar a camisa do Arsenal por três temporadas e meia, já que a Emirates desembolsa £ 5 milhões por ano para estampar sua marca no uniforme do clube

Pensando nisso, fiz uma listinha simples aqui com o que você poderia fazer com a grana de Eto’o, apenas nesse fim de ano:

– levar 78.333 pessoas para assistir ao show de Britney Spears no Anhembi, com ingressos a R$ 600

– no valor de R$ 2.599, comprar 18.083 iPads 2 de 64GB,  com Wi-Fi + 3G; se for na humildade, por R$ 1.649, dá para adquirir 28.502 iPads 2 de 16GB, só com Wi-Fi

– desembolsando R$ 80 mil, alugar o Pacaembu para 587,5 jogos de futebol entre amigos

– pelo valor de R$ 585 (setor Premium com adicional de comidinhas e estacionamento VIP), assistir 80.341 vezes o espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, que estreia em breve no Brasil

– pagando R$ 79 por um ingresso na bilheteria, mais R$ 105 para pular de bungee jump, mais R$ 30 de estacionamento, ir 219.626 dias – ou 601 anos – seguidos no Hopi Hari (sem pedágio)

Tudo isso para dizer: deve ser bacana ser Eto’o por um dia, não?

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Por que eu defendo Pelé no Mundial de Clubes

Pelé, o eterno "Rei" do futebol - Foto: Divulgação/Santos FC

Pelé, o eterno "Rei" do futebol - Foto: Divulgação/Santos FC

Defendo arduamente Pelé no Mundial de Clubes da Fifa. Seria algo antológico para o Santos, para o Barcelona, para o Mundial, para o futebol. O maior e melhor jogador da história desse esporte merece, sim, uma homenagem como essa. O futebol merece essa homenagem. Nós, torcedores, idem.

Defendo, sim, Pelé, no Mundial, de terno e gravata, como embaixador do Santos na competição. O “Rei” deveria ser o primeiro a descer do avião, aquele cara que puxaria a fila do Santos em tudo que é evento no Japão. Seria algo antológico abrir a portinha do avião e aparecer o eterno camisa 10.

Defendo que Pelé não seja inscrito como jogador no Mundial. Seria uma bela jogada de marketing, mas o esporte ainda é superior ao marketing, não? Esportivamente falando, ele não tem condições de mais nada. É um gênio, foi e sempre será o “Rei” do futebol, isso está escrito, está na história, não há mais nada a ser provado. Inscrever Pelé significa colocar o marketing à frente (ou seria acima?) do lado esportivo.

Defendo que Pelé dê zilhões de entrevistas no Japão, seja tema de inúmeros programas de TV, apareça em infinitas propagandas. Ter Pelé como embaixador é tirar Neymar e companhia dos holofotes. Pelé fica com a fama, com os flashs, com as câmeras, enquanto o Santos, o time, os jogadores, pensa unicamente na bola, no jogo, no Mundial.

Defendo que Pelé entre em campo para bater uma bolinha com Neymar e companhia depois de um treino qualquer. Imagine a troca de passes entre o “Rei” e seu súdito mais famoso na atualidade? É de cegar só de pensar na quantidade de flashs que seriam batidos. Imagens como essas ganhariam capas de jornais e invadiriam TVs no mundo inteiro. Seria genial.

Defendo que Pelé ainda visite um treino do Barcelona e bata uma bolinha com Messi e companhia depois de um treino qualquer. Imagine o “Rei” e o súdito de Maradona trocando passes de cabeça, com o próprio “Rei” fez com o “Dios” na estreia de “La Noche Del 10”? Flashs infinitos e, outra vez, o mundo inteiro estaria sob os pés de Pelé.

Enfim, defendo Pelé no Mundial. Claro, como não. Mas como “Rei” do futebol, superior aos mortais que estarão em campo brigando pelo título, pelo Olimpo. Pelé em campo, para mim, soa como brincadeira. E os deuses do futebol não gostam muito disso. Como diria o filósofo, “a bola pune”. Mazembes estão aí para não ser esquecidos.

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A “modinha” Uruguai

Uruguai campeão da Copa América 2011 - Fonte: AP

Uruguai campeão da Copa América 2011 - Fonte: AP

Virou “modinha” torcer para o Uruguai. A seleção celeste ganhou uma enorme leva de fãs brasileiros a partir da boa campanha na Copa do Mundo de 2010 e somou ainda mais adeptos com o título da Copa América.

Quem diria, o Uruguai, até outro dia esquecido, adormecido, motivo até de piada, virou a “modinha” do momento.

Muita gente critica esse “fenômeno”. Eu acho ótimo. Parece frase feita, mas prefiro que o exemplo seja o “nós”, o conjunto, o grupo, do que apenas o “eu”.

Qual é o time que mais encanta no mundo? Barcelona. Messi é genial? Sim. Só ele, o craque, ganha jogo? Taí a Argentina mostrando que não.

Hoje vivemos uma era muito especial do futebol coletivo. O Barcelona encanta por unir a qualidade técnica e tática de suas peças chaves. É o melhor time do mundo por isso. Messi brilha? Brilha muito, diria o filósofo. Mas brilham Xavi, Iniesta, Daniel Alves… O que seria de Messi sem um Villa? O que seria de Villa sem um Puyol? Pois é, um completa o outro. É um time.

Aí surge o Uruguai. Já disse aqui: não é o melhor do mundo, näo tem os melhores jogadores do mundo, não joga bonito. Mas encanta. Näo tem a técnica barcelonista, mas supre suas deficiências com o maior coração da América, talvez de todo o planeta. É completamente diferente do Barça, mas é, na definição da palavra, um time.

O som do jogo: Uruguai campeón

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