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Renan Barão, a conquista do cinturão e o seleto “Clube dos 9”

Renan Barão, campeão do UFC - Foto: Nick Laham/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images, Arte/Ricardo Zanei

Renan Barão, campeão do UFC – Foto: Nick Laham/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images, Arte/Ricardo Zanei

Existe um seleto grupo brasileiro no UFC. Para entrar na confraria, a regra é simples: comer muito feijão com arroz, ganhar de algumas babas, ganhar de muita gente casca grossa e ganhar o cinturão. Simples assim.

O seleto grupo era conhecido mundialmente como “Clube dos 8”. Na verdade, acabei de inventar o termo, mas ele já nasce defasado. Isso por que, na madrugada deste domingo, graças a um cara chamado Renan Barão, o “Clube dos 8” virou “Clube dos 9”.

Barão se credenciou a entrar na patotinha – e a mudar o nome da turminha – com a vitória sobre Urijah Faber no UFC 149, resultado que garantiu ao potiguar o cinturão interino do peso galo. Dane-se que é interino, cinturão é cinturão.

Mas que raios é “Clube dos 9”? Curioso isso… O UFC conta com mais de 2000 lutas em quase 19 anos de história, com 350 lutadore, sendo 60 deles brasileiros. Hoje, o MMA é um fenômeno mundial, e boa partes dos brasileiros fala de lutas como fala de futebol. Mas, olha só que coisa estranha, apenas 9 (leia-se NOVE) lutadores do Brasil conseguiram um cinturão.

Esqueça, por enquanto, dos primórdios. Pense apenas na era de disputas por cinturões, era que vivemos até hoje. Nessa era, o número de brasileiros campeões é 9. Pareciam mais, não? Além dos atuais Anderson Silva (médio), José Aldo (pena) e Junior Cigano (pesado), a lista conta com Murilo Bustamante (médios, UFC 35), Vitor Belfort (meio-pesados, UFC 46), Minotauro (interino dos pesados, no UFC 81), Lyoto Machida (meio-pesados, UFC 98) e Maurício Shogun (meio-pesados, UFC 113).

Se contar a era dos campeões em um dia e dos GPs, que durou mais ou menos até o UFC 17 (há controvérsias), são apenas mais três caras na lista: Royce Gracie (campeão nos UFCs 1, 2 e 4), Marco Ruas (UFC 7) e Belfort (UFC 12). Some os vencedores do TUF, e chegamos ao enorme número de 15 campeões: Diego Brandão (TUF 14), Rony Jason e Cezar Mutante (ambos TUF Brasil). E acabou.

São tantos caras bons, fala-se tanto de MMA no Brasil, que a minha impressão é o número de brasileiros campeões era gigante, e achei curioso encontrar esse número pequeno, o tal 9. Talvez, a leitura seja outra: “Clube dos 9” é um baita clube, afinal, são 9 campeões no evento que reúne os principais lutadores do planeta. Analisando por esse ângulo, 9 deixa de ser pequeno e se torna, no mínimo, respeitável.

Pequeno ou respeitável, o fato é que o seleto clube conta agora com um cara chamado Renan Barão. Um cara que perdeu uma luta na carreira – na estreia – e ganhou “apenas” 29 combates quase seguidos (teve um no contest no meio disso) para ter a chance de lutar pelo cinturão. Lutou e ganhou. Hoje, está no patamar de Anderson, Aldo e Cigano. E foi o responsável por mudar o número e criar o “Clube dos 9”. Esse, sim, um feito gigante e respeitável.

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Pitacos do UFC 144: Japão imprevisível

Pôster do UFC Japão - Foto: Divulgação

Pôster do UFC Japão - Foto: Divulgação

Vi e revi esse car do UFC 144 para dar meus pitacos. Por melhor que seja o “casamento”, existem lutas em que você bate o olho e sabe quem vai vencer. Mas o evento japonês traz tanta coisa “além” do octógono que fica quase impossível pitacar.

Há o lado emocional da coisa, do retorno do UFC ao Japão, e só por isso as lutas já ficam mais tensas. É o palco do Pride, e todo mundo que já viu um evento do Pride vai lembrar um pouco do que era. A torcida japonesa é maluca, são vários lutadores locais em ação, e a galera vai empurrar. É mais ou menos como um UFC no Brasil: tudo pode acontecer.

Quando a coisa fica assim, o cara pode dizer que estudou muito e que o lutador A vai vencer. Mas, vamos falar a verdade: eu fiquei horas olhando o card e todos meus palpites são, basicamente, chutes. Isso não tira o fato de eu achar mesmo que o lutador A vai bater o B. Mas todos esses fatores podem jogar as suas previsões no limbo.

Enfim, abaixo, os palpites totalmente científicos para o UFC 144. Não tenho medo de errar todos. Aliás, seria divertido se isso acontecesse. E só colocaria o evento japonês na lista dos melhores da história, ou da década, ou do ano…

Arianny Celeste e a ring girl convidada para o UFC 144, Azusa Nishigaki, Miss Japão Universo 2008 - Foto: Divulgação/UFC

Arianny Celeste e a ring girl convidada para o UFC 144, Azusa Nishigaki, Miss Japão Universo 2008 - Foto: Divulgação/UFC

CARD PRINCIPAL

– Frankie Edgar (EUA) x Ben Henderson (EUA) – leve
– Henderson é bom, mas tendo a achar que Edgar vai atropelar. Campeão vence por submissão.

– Quinton Rampage Jackson (EUA) x Ryan Bader (EUA) – meio-pesado
– Mesmo depois da balança, mantenho o palpite. Adoro Bader, mas Rampage vence por nocaute e adia a sua aposentadoria

– Mark Hunt (NZL) x Cheick Kongo (FRA) – pesado
– Outra luta que promete. Kongo vence por nocaute e volta a sonhar mais alto no UFC

– Yoshihiro Akiyama (JAP) x Jake Shields (EUA) – meio-médio
– Lutão, hein, parte 2? Palpite polêmic: acho que Shields cala Saitama e vence por decisão

– Yushin Okami (JAP) x Tim Boetsch (EUA) – médio
– Lutão, hein? Okami se recupera da derrota para Anderson Silva e vence por submissão

– Hatsu Hioki (JAP) x Bart Palaszewski (POL) – pena
– Lutinha enrolada, mas Palaszewski nocauteia

– Anthony Pettis (EUA) x Joe Lauzon (EUA) – leve
– Aí é torcida mesmo, Lauzon vence por submissão

CARD PRELIMINAR

– Takanori Gomi (JAP) x Eiji Mitsuoka (JAP) – leve
– Puro chute. O estreante Mitsuoka vence por submissão

– Norifumi Yamamoto (JAP) x Vaughan Lee (ING) – galo
– Será que a torcida ajuda? Acho que sim, e Yamamoto leva por decisão

– Riki Fukuda (JAP) x Steve Cantwell (EUA) – médio
– Fukuda vence por decisão e acaba com a saga de Cantwell no UFC

– Takeya Mizugaki (JAP) x Chris Cariaso (EUA) – galo
– Torcida ajuda, e Mizugaki vence por decisão

– Zhang Tiequan (CHN) x Issei Tamura (JAP) – pena
– Tiequan vence por submissão

Pesagem – UFC 144

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UFC 144, Pride e a volta do MMA ao Japão

UFC está de volta ao Japão - Foto: Divulgação

UFC está de volta ao Japão - Foto: Divulgação

Você escolhe. O Japão esperou 4.089 dias – ou 11 anos, 2 meses e 10 dias – para rever um evento do UFC. Desde o fim do Pride, já se vão 1.667 dias – ou 4 anos, 6 meses e 22 dias – sem uma grande apresentação de MMA no país. Enfim, o bom filho à casa torna, e a “meca” das artes marciais se reencontra com o UFC.

O Japão já teve o evento de maior prestígio do mundo das lutas, o Pride. Pode se dizer que era a maior competição de vale-tudo do planeta. As regras eram menos rígidas, o que gerava golpes mais violentos e lutas mais sangrentas. Só de lembrar dos “tiros de meta” dá calafrios…

Agora, o país vê o MMA, com normas que servem justamente para proteger os combatentes. Foi esse MMA, agressivo, mas sem a violência do vale-tudo, que conquistou o planeta. E, agora, tenta reconquistar o Japão.

O último UFC no Japão - Foto: Divulgação

O último UFC no Japão - Foto: Divulgação

Fuçando aqui, descobri que o último UFC por lá foi o 29, justamente o último antes da venda da franquia da SEG para a Zuffa. Foi lá que Tito Ortiz e Pat Miletich mantiveram seus cinturões. Foi lá que Dennis Hallman massacrou Matt Hughes em apenas 20 segundos, e Chuck Liddell venceu Jeff Monson após 15 minutos de combate. Foi lá que acabou o UFC “à moda antiga” e foi dado o primeiro passo rumo ao UFC que conhecemos hoje.

Foi graças ao Pride que alguns brasileiros conquistaram fama e prestígio internacional, em combates de tirar o fôlego. De cabeça, lembro das duas lutas entre Wanderlei Silva e Quinton Rampage Jackson, de Wanderlei contra Mirko Cro Cop, de Minotauro renascendo das cinzas contra Cro Cop e Bob Sapp, de Shogun e Minotouro em um duelo de arrepiar.

Tirando os brasileiros, o Japão foi palco da formação da lenda sobre Fedor Emelianenko e é a terra de um cara que foi muito odiado por aqui, Kazushi Sakuraba, o “Caçador de Gracies”, que ganhou nada mais nada menos de Royler Gracie, Renzo Gracie, Ryan Gracie e Royce Gracie. Um fenômeno.

Você deve estar se perguntando por que o UFC demorou tanto para voltar a um país que tem uma tradição milenar em lutas, não? Mesmo depois que a Zuffa comprou o Pride, em março de 2007, o domínio dos eventos de artes marciais seguiu nas mãos de gente graúda no Japão, e o UFC simplesmente não conseguia negociar com esses caras. As arestas foram se aparando e, depois de muito papo e muito mais dinheiro, chegou-se a um acordo.

A minha expectativa é que, além de renascer o MMA no país, a realização de um UFC sirva como o primeiro passo para a recuperação de algumas artes marciais no Japão. O milenar sumô, por exemplo, está à beira da falência, graças a desvios absurdos e resultados combinados em bolsas de apostas. O UFC não é o messias, longe disso, mas pode servir de exemplo e alavancar outras modalidades de lutas no país.

Música de abertura do Pride

Historinhas à parte, o evento deste fim de semana lembra, e muito, os realizados no Brasil. Alguns combates são bem legais, outros, especialmente do card preliminar, reúnem estrelas ou promessas locais. Confesso que tem lutador ali que eu nem sabia que existia. A novidade é um card principal inchado, com sete lutas, provavelmente atendendo a uma solicitação dos promotores japoneses.

O foco são as duas lutas principais, com Quinton Rampage Jackson x Ryan Bader e a disputa do cinturão dos leves entre Frankie Edgar e Ben Henderson. Mas uma outra luta me chama a atenção: Anthony Pettis x Joe Lauzon. São dois caras que adoram uma pancadaria, uma luta aberta. Lauzon é um dos lutadores que eu mais gosto de ver, principalmente pela versatilidade e pelo enorme coração. Ainda tem Yushin Okami x Tim Boetsch, Yoshihiro Akiyama x Jake Shields, e Cheick Kongo x Mark Hunt. Diversão garantida!

P.S.: Caros, já disse aqui e repito: em qualquer esporte, você tem que ser agressivo. Por isso, acho que o MMA e qualquer outra modalidade de luta agressiva, não violenta. O vale-tudo, sim, era violento, briga de rua. Goste ou não, o MMA é um esporte.

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Minotauro, uma entrevista e um fato: os brutos também amam

Minotauro e seu bulldogue, Temaki - Foto Jorge Bispo/Trip

Minotauro e seu bulldogue, Temaki - Foto Jorge Bispo/Trip

Desde agosto, quando o UFC aconteceu no Rio, o MMA, ou melhor, os lutadores brasileiros, viraram celebridades. Primeiro, foi Anderson Silva, que apareceu na TV em tudo que é programa, além de estampar inúmeros comerciais. José Aldo, Shogun, idem. Agora, Junior Cigano. E, por fim, Minotauro.

O MMA foi alçado, enfim, a esporte. Isso, claro, traz trocentas leituras. Pretendo, claro, debater tudo que é ponto de vista aqui e expor o meu, que, pasmem, pode mudar se alguém tiver uma visão melhor que a minha. Uma coisa, é fato: se tivesse brasileiro só apanhando seria essa festa? Talvez não e, com certeza, não chegaria à TV aberta na Globo.

Brasileiros em alta são um prato cheio para qualquer emissora de TV. O vôlei, que ganha tudo, passa na TV aberta, não? Bem ou mal, sim. O basquete, que não ganha nada há décadas, foi sumindo. O futsal, desde Manoel Tobias e passando por Falcão, é uma festa nas manhãs de domingos, bem como o futebol de areia e o vôlei de praia, modalidades moldados para a TV. É de se pensar.

Mas a exposição desses caras na TV tem um lado positivo: desmistifica. Um lutador de MMA não é um super-herói, não tem superpoderes, não é um ser mitológico, nem quando seu apelido é Minotauro. Por acaso, vi ontem a entrevista do lutador baiano no programa da Marília Gabriela, no GNT. Não sei quando foi ao ar originalmente, mas foi bem legal.

Minotauro comemora nocaute sobre Schaub no Rio - Foto: TV/Arte

Minotauro comemora nocaute sobre Schaub no Rio - Foto: TV/Arte

Marília Gabriela é a melhor “perguntadora” desse país. E tem, a seu favor, o enorme qualidade de ouvir o que o entrevistado fala. Ela cria um clima leve, de bate papo, mas, ao mesmo tempo, tem a habilidade de bater quando tem que bater, ou de falar coisas que nenhum outro falaria.

Com Minotauro, não foi diferente. Pelo lado esportivo, Marília Gabriela arrancou de Minotauro confissões do tipo “passei muito tempo sem assistir a uma luta” e “já fiquei de saco cheio de lutar”. Mas é o lado pessoal que me chama a atenção: por exemplo, alguém aí já disse que ele tem as mãos mais lisas que as suas? Alguém aí já perguntou como é o lado feminino de um cara que vive e respira um ambiente predominantemente masculino? Ou alguém comentou sobre a foto de um brutamontes com um cachorrinho no colo, e o gigante ficou todo feliz com isso?

Foi uma bela entrevista e um exemplo de como tirar o lado super-herói que paira sobre os lutadores de MMA. Os caras são como qualquer outro esportista: tem casa, amigos, família, namoradas e, claro, um cachorro amigão chamado “Temaki”. Os brutos também amam? Sim, e dão boas entrevistas quando as perguntas certas são feitas.

P.S.: O link para um trechinho da entrevista de Minotauro com Marília Gabriela está no site do GNT. Acho que o pedacinho foi mal escolhido, poderia ser coisa melhor, mas dá uma palinha de como foi o papo.

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Ah, se valesse dinheiro: UFC Rio e meus palpites

Minotauro atropela Schaub no UFC Rio - Foto: Divulgação

Minotauro atropela Schaub no UFC Rio - Foto: Divulgação

Na sexta-feira, deixei meus pitacos sobre o UFC Rio aqui. Acabei de fazer a contagem dos votos. Segue a apuração:

CARD PRINCIPAL

Anderson Silva vs Yushin Okami (Médio – Disputa de cinturão)
PALPITE: Spider nocauteia no primeiro round
VIDA REAL: Spider por nocaute no segundo round
PLACAR: Quem levou? Zanei 1 a 0. Como levou? Zanei 0 x 1

Mauricio “Shogun” Rua vs Forrest Griffin (Meio-Pesado)
PALPITE: Luta complicada, mas vou de Shogun, nocaute no segundo
VIDA REAL: Shogun por nocaute no primeiro round
PLACAR: Quem levou? Zanei 2 a 0. Como levou? Zanei 0 x 2

Rodrigo Minotauro vs Brendan Schaub (Pesado)
PALPITE: Quero muito que o Minotauro ganhe, mas é difícil também; vamos lá, Minotauro, por imobilização, no terceiro round
VIDA REAL: Minotauro por nocaute no primeiro round
PLACAR: Quem levou? Zanei 3 a 0. Como levou? Zanei 0 x 3

Edson Barboza vs Ross Pearson (Leve)
PALPITE: Vai Brasil! Fenômeno no primeiro round
VIDA REAL: Barboza em decisão dos juízes
PLACAR: Quem levou? Zanei 4 a 0. Como levou? Zanei 0 x 4

Luiz “Banha” Cané vs Stanislav Nedkov (Meio-Pesado)
PALPITE: Taí uma luta que vai acabar cedo, e eu não faço ideia de quem vai ganhar; acho que nessa não dá Brasil: Nedkov no segundo
VIDA REAL: Nedkov por nocaute no segundo round
PLACAR: Quem levou? Zanei 5 a 0. Como levou? Zanei 1 x 4

CARD PRELIMINAR

Thiago Tavares vs Spencer Fisher (Leve)
PALPITE: Tavares, em três rounds
VIDA REAL: Tavares por nocaute no segundo round
PLACAR: Quem levou? Zanei 6 a 0. Como levou? Zanei 1 x 5

Paulo Thiago vs David Mitchell (Meio-Médio)
PALPITE: Thiago, em três rounds
VIDA REAL: Thiago em decisão dos juízes
PLACAR: Quem levou? Zanei 7 a 0. Como levou? Zanei 2 x 5

Erick Silva vs Luis “Beição” Ramos (Meio-médio)
PALPITE: Acho que dá Beição, por pontos
VIDA REAL: Erick por nocaute no primeiro round
PLACAR: Quem levou? Zanei 7 a 1. Como levou? Zanei 2 x 6

Rousimar “Toquinho” Palhares vs Dan Miller (Médio)
PALPITE: Toquinho, em três rounds
VIDA REAL: Toquinho em decisão dos juízes
PLACAR: Quem levou? Zanei 8 a 1. Como levou? Zanei 3 x 6

Felipe “Sertanejo” Arantes vs Yuri “Marajó” Alcantara (Pena)
PALPITE: A luta com os melhores nomes da noite poderia terminar empatada, mas Marajó leva
VIDA REAL: Marajó por pontos
PLACAR: Quem levou? Zanei 9 a 1. Como levou? Zanei 4 x 6

Ian Loveland vs Yves Jabouin (Galo)
PALPITE: Loveland em dois rounds
VIDA REAL: Jabouin em decisão dividida dos juízes
PLACAR: Quem levou? Zanei 9 a 2. Como levou? Zanei 4 x 7

Raphael Assunção vs Johnny Eduardo (Galo)
PALPITE: Luta para três rounds, vitória apertada de Raphael
VIDA REAL: Raphael em decisão dos juízes
PLACAR: Quem levou? Zanei 10 a 2. Como levou? Zanei 5 x 7

PLACAR FINAL

12 lutas, Zanei Dinah acertou o vencedor em 10, errou em duas. Dos combates, Zanei Dinah acertou como terminariam 5 combates, errou 7. Acho que tá bom, não? Se valesse dinheiro…

LEIA TAMBÉM: Sejam bem-vindos ao UFC ou o dia em que o Rio tremeu

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Sejam bem-vindos ao UFC ou o dia em que o Rio tremeu

Octógono montado na Arena HSBC para a realização do UFC Rio - Foto: Ricardo Zanei

Octógono montado na Arena HSBC para a realização do UFC Rio - Foto: Ricardo Zanei

É difícil traduzir em palavras a emoção que foi o UFC Rio. Na verdade, o evento em si foi apenas o ápice de uma espera que começou no longínquo 15 de dezembro, quando o chefão Dana White anunciou, de forma oficial, o retorno da competição ao Brasil.

O tempo foi passando, rolou enquete no site para definir quem ia lutar, o card foi tomando corpo… Pedi demissão do UOL, ou seja, minhas chances de cobrir o evento beiravam 0%. Chegou a venda de ingressos, a decepção por não conseguir comprar, a felicidade em finalmente garantir as entradas na segunda leva… Quando vamos? Como vamos? Onde ficar? Enfim, mais de oito meses depois, estávamos (eu e meu sobrinho) lá, de frente para o octógono, para testemunhar ao vivo a “brincadeira”.

Praticamente perdemos a sexta-feira. Saímos de São Paulo às 8h10, chegamos umas 10h20 no hotel, em Copacabana. O itinerário era almoçar e ir para a Arena HSBC, local do evento, para acompanhar a pesagem, que começaria às 16h. Peguei indicações com o meu primo de como chegar lá. E que maratona, hein? Descemos do metrô no Leblon, pegamos um ônibus para a Barra que, na teoria, demoraria uma horinha. Um acidente (depois, ouvimos falar que foram dois) fez com que o trajeto demorasse quase 3h. Descemos no Barra Shopping e pegamos um táxi. Resultado: perdemos a pesagem e nem conseguimos trocar os ingressos (sobrinho esqueceu um documento no hotel, acontece), mas, pelo menos, o moleque bateu foto ao lado do Paulo Thiago, que eu conheci no UFC 100, em Las Vegas, que eu cobri pelo UOL. Um cara humilde, que merece tudo de bom.

No sábado, dia da luta, para evitar qualquer problema, pegamos carona com nossos amigos do UOL. Saímos do hotel às 13h30, chegamos lá por volta de 14h30. Deu tempo de trocar o ingresso, almoçar e pegar uma agradável fila. Fizemos amizade com dois cariocas e um casal gaúcho. Por total falta de noção de minha parte, não anotei nomes nem telefones. Mas foi bacana, o tempo passou rápido e, às 17h, os portões foram abertos.

“Boa tarde, sejam bem-vindos!”. Foi assim, com sorriso no rosto, que os seguranças recebiam os torcedores. A educação e a cordialidade da entrada serviam apenas para ampliar a ansiedade de quem entrada na arena à espera de muita pancadaria.

Como ainda havia tempo, deixei meu sobrinho guardando os lugares (arquibancada laranja) e fui dar uma olhada na loja do UFC. O esquema era bacana: você escolhia os produtos, o vendedor montava uma sacolinha com suas coisas ali mesmo, na sua frente, e te dava uma senha para pagar. Aí, começava o martírio: um caixa para sei lá quantas dezenas de compradores foi um absurdo. Graças a isso, perdi a primeira luta e consegui voltar para o meu lugar praticamente no fim da segunda.

Enfim, o MMA estava rolando. Quando voltei para o meu lugar, a arena estava praticamente lotada. Acho que ninguém queria perder nenhum momento do evento. A energia era sensacional, a torcida animada pra caramba. Tudo perfeito para uma noite daquelas.

Para não ficar maçante, vou usar tópicos:

– Erick Silva foi responsável pelo primeiro grande momento da noite, um nocaute absurdo, um pombo sem asa que derrubou Luis “Beição” Ramos.

– Paulo Thiago, soldado do Bope de Brasília, entrou ao som de “Tropa de Elite”, da banda Tihuana, tema do filme homônimo. O ginásio veio abaixo e, se ele não foi brilhante, foi superior em toda a luta. Só não ganhou por finalização porque David Mitchell foi salvo pelo gongo.

– Rousimar Palhares, o Toquinho, teve que ganhar duas vezes de Dan Miller, na luta que acabou, depois não acabou (o brasileiro viajou, o árbitro, Herb Dean, não indicou que o combate tinha terminado em nenhum momento) e só foi definida nos pontos

– Thiago Tavares precisava, e muito, da vitória. Nocauteou Spencer Fisher e comemorou ajoelhado, dando dois murros no octógono. Da arquibancada, deu pra ouvir nitidamente o som das pancadas. Assustador!

Paulo Thiago e sua entrada no UFC Rio

Enfim, o card principal. Bruce Buffer, o narrador oficial do UFC, soltou o seu “We Are Liiiiive!”, anunciando que a transmissão ao vivo entrara no ar, levando o ginásio à loucura. A derrota de Luiz Cane, o Banha, não mudou o ânimo da torcida, afinal, Minotauro era o próximo a lutar.

Bruce Buffer: “We Are Liiiiiiive!”

Foi, para mim, o momento de mais emoção da noite. Por tudo que Minotauro já fez e pelo que representa, ele merecia a vitória. Brendan Schaub, o rival, vinha de apenas uma derrota na carreira, com um cartel de oito vitórias. Mais novo, empolgado, era um adversário de peso para um Minotauro afastado há um ano e meio do octógono. Foi bom demais ver, ao vivo, ali, na minha frente, que o velho Minota estava inteiro. Chegou a balançar, mas respirou e, enquanto a torcida pedia “chão”, sua especialidade, arrasou Schaub na trocação. De chorar…

Monotauro atropela Schaub e leva torcida ao delírio

Desconhecido da galera, Edson Barboza ganhou a torcida com seu estilo “striker”, à la Mirko Cro Cop, e deformou Ross Pearson. Foi sua terceira vitória no UFC e, pela segunda vez seguida, ganhou como “luta da noite”. São nove vitórias no currículo, nenhuma derrota. Aos 25 anos, ainda precisa de um pouco mais de experiência, mas já pode começar a sonhar com um cinturão.

Por falar em cinturão, o Shogun entrou no octógono para desafiar Forrest Griffin em um duelo de ex-campeões. Eles haviam se encontrado em 2007, com vitória do americano. O brasileiro vinha de uma derrota para Jon Jones, quando perdeu o cinturão, e precisava vencer para voltar a sonhar em buscar o título. Shogun atropelou, não deu chances para o rival e nocauteou sem dó nem piedade. A luta deveria ser parada bem antes: o americano apagou, o juiz não viu, e Shogun seguiu marretando o indefeso rival. Os gritos de “o campeão voltou” devem dar um ânimo ainda maior para que o brasileiro volte a brigar pelo cinturão.

Shogun atropela Griffin: “o campeão voltou”

Faltava a cereja do bolo. Anderson Silva contra Okami, japonês que ousou ganhar do Spider em janeiro de 2006, quando o brasileiro desferiu um chute ilegal. O nipônico é um bom lutador, e só. Isso quer dizer: não dá para competir com Anderson. O primeiro round serviu apenas como aquecimento para o brasileiro, que até “brincou” no segundo, quando deu seu show: baixou a guarda, deixou a cara livre para os golpes de Okami, que não achou nada. Anderson atacou e deu dó do japonês. Era o fim épico de um dia épico.

Bruce Buffer: “It’s Tiiiime!” e apresentação de Anderson x Okami

Quem nunca foi a um UFC, vá. O clima criado para cada luta é uma das coisas mais legais que eu já vi. Esse clima, somado a uma torcida animada ao extremo, faz com que o evento seja inesquecível, com uma atmosfera única. Sentir tudo isso, vibrar com cada instante, extravasar a cada golpe, comemorar cada vitória como um título, é algo único demais. E tudo isso, ao lado de um sobrinho que você pegou no colo e hoje se tornou um cara que, se não fosse meu parente, eu queria muito que fosse meu amigo, não tem preço. No sábado, a terra tremeu no Rio: golpes vorazes, corpos caindo, tocida gritando. Se, na entrada, me disseram “seja bem-vindo”, hoje, eu retribuo: UFC, seja bem-vindo ao Brasil!

Cereja no bolo: Anderson Silva finaliza Okami

P.S.1: Compromissos profissionais, leia-se excesso de trabalho, fizeram com que eu demorasse décadas para escrever esse post.

P.S.2: Não vou entrar na discussão do “gosto” ou “não gosto”, dos superlativos e adjetivos, dos heróis e mitos, nem na defesa do esporte. Eu gosto, você não, e ponto, o assunto acaba aí. Não vou perder meu tempo tentando te convencer que é legal, nem perca o seu tentando me convencer que não é. E é isso!

P.S.3: Os vídeos estão tremidos, desfocados e com alguns palavrões. E tinham de ser assim, como foi o clima da arena mesmo!

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Pitacos do UFC Rio e blog em recesso

Êta semaninha complicada… Depois de 8767867 horas em frente ao computador, o blog entra em recesso e retoma suas atividades na segunda-feira. Se der, volta antes, mas o dono da parada não vai se esforçar muito para isso. O motivo: ida para o Rio de Janeiro, acompanhar o UFC Rio ao lado do sobrinho doido por MMA. Ansiedade, tensão. Caramba, não começa!

Na saideira, vou deixar os pitacos, só para ser cobrado depois. E bom UFC pra todos nóis!

CARD PRINCIPAL

Anderson Silva vs Yushin Okami (Médio – Disputa de cinturão)
– Spider nocauteia no primeiro round

Mauricio “Shogun” Rua vs Forrest Griffin (Meio-Pesado)
– Luta complicada, mas vou de Shogun, nocaute no segundo

Rodrigo Minotauro vs Brendan Schaub (Pesado)
– Quero muito que o Minotauro ganhe, mas é difícil também; vamos lá, Minotauro, por imobilização, no terceiro round

Edson Barboza vs Ross Pearson (Leve)
– Vai Brasil! Fenômeno no primeiro round

Luiz “Banha” Cané vs Stanislav Nedkov (Meio-Pesado)
– Taí uma luta que vai acabar cedo, e eu não faço ideia de quem vai ganhar; acho que nessa não dá Brasil: Nedkov no segundo

CARD PRELIMINAR

Thiago Tavares vs Spencer Fisher (Leve)
– Tavares, em três rounds

Paulo Thiago vs David Mitchell (Meio-Médio)
– Thiago, em três rounds

Erick Silva vs Luis “Beição” Ramos (Meio-médio)
– Acho que dá Beição, por pontos

Rousimar “Toquinho” Palhares vs Dan Miller (Médio)
– Toquinho, em três rounds

Felipe “Sertanejo” Arantes vs Yuri “Marajó” Alcantara (Pena)
– A luta com os melhores nomes da noite poderia terminar empatada, mas Marajó leva

Ian Loveland vs Yves Jabouin (Galo)
– Loveland em dois rounds

Raphael Assunção vs Johnny Eduardo (Galo)
– Luta para três rounds, vitória apertada de Raphael

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