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Como é fácil ser Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo, um cara iluminado - Foto: Getty

Cristiano Ronaldo, um cara iluminado – Foto: Getty

Dinheiro pra caramba, fama absurda, mulherada. Se pensar por esse lado, é muito, mas muito fácil ser Cristiano Ronaldo. Uma baba. Será?

Ele é o herdeiro, a ponta do iceberg de uma tríade de ídolos do futebol português. A coroa de Eusébio passou para Luis Figo e chegou a Cristiano Ronaldo. Ser craque ao lado de craques é, sim, uma baba. Ser craque na seleção de Portugal é bem mais complicado.

Pressão é a palavra. A expressão “família humilde” sempre esteve por ali. Surgiu na bola como prodígio, chegou ao Manchester United como esperança, foi para o Real Madrid com títulos e troféu de melhor do mundo nas mãos. Na Espanha, encarou um fantasma chamado Messi, um filme de terror e pânico intitulado “Barcelona”, com direito a cenas de crueldade. Fácil?

Com Portugal, foi fiel escudeiro de Luis Figo na derrota mais amarga em séculos: o título da Euro-2004, venhamos e convenhamos, em casa, diante da Grécia, estava mais do que ganho. Fácil?

Veio a Copa de 2006, e  o quarto lugar foi sensacional. Mas, como em quase tudo na vida, parece existir uma gigantesca obrigação dar um passo além sempre, de se provar que você pode aumentar seus limites diariamente. Parar nas quartas de final da Euro-2008 foi um passo atrás? O que dizer, então, da derrota para a Espanha nas oitavas de 2010? Fácil?

A Euro-2012 pareceu dar uma luz a Cristiano Ronaldo, e a derrota nos pênaltis na semifinal para a já conhecida Espanha veio como uma ressurreição. Mas a gangorra seguiu, e a campanha nas eliminatórias da Copa de 2014 beiraram a tragédia até a apresentação de gala no mata-mata com a Suécia. Do inferno ao céu, do inferno ao céu. Fácil?

Em meio a tudo isso, soma-se o fato de o português ter passado por duas equipes que sofrem pouca pressão da torcida, da mídia, do mundo: United e Real. Ganhou na quarta, é rei. Nem precisa perder no domingo, mas ouse empatar, e a coroa vai para o limbo. Bestial, besta. Fácil?

Ainda há um lado emocional de ser considerado o maior jogador de seu país na última década. Mais: a grande esperança de levar essa nação a um lugar nunca antes navegado no futebol mundial. Portugal não é um Brasil da vida em que ídolos vem e vão. Só para pensar nos últimos dez anos, Neymar, Ronaldinho, Kaká, Ronaldo, Rivaldo, Adriano, Robinho, e por aí vai. Faça um exercício de memória e cace sete jogadores excelentes de Portugal no mesmo período. Seis, vai. Ok, quatro. Fechamos em três. Enfim, fácil?

Lado emocional parte 2, Cristiano Ronaldo é herdeiro de Eusébio, faz parte da linha sucessória do gênio. O Pantera Negra foi monstruoso nos anos 60 e 70. Acompanhado por uma geração cheia de habilidade, “a melhor depois de Eusébio”, Figo veio no fim dos anos 80 e durou até outro dia como o cara que iria levar Portugal a alçar voos altos. Foi lindo, mas não rolou. Sobrou, então, nas costas de Cristiano Ronaldo. Algo como “olha, só tem você agora, vai lá e decide”, isso aos 49min do segundo tempo. Fácil?

Imagina a cabeça desse cara que decide semana sim, semana também, tanto no clube – e não é qualquer clube – como na seleção – e não é nenhum time dos sonhos -, e ainda tem que conviver diariamente com um fantasma do tamanho de Messi, uma sombra que ronda tudo que ele faz. O português é autor de um golaço, o argentino resolve marcar dois. O português ganha 33 jogos, o argentino vence  34. E por aí vai, rodada a rodada, campeonato a campeonato, ano a ano. Fácil?

Dinheiro pra caramba, fama absurda, mulherada. Se pensar por esse lado, é uma baba ser Cristiano Ronaldo. Se pensar por outros tantos, fica claro que nada caiu no seu colo. Para completar, justo agora, Eusébio, a inspiração maior, se foi. Uma Bola de Ouro em uma hora dessas seria o ápice, e o ápice veio. O choro, sincero, é a reação natural de quem sabe que nada caiu do céu. Fácil? Não, nem um pouco. Nem um pouco mesmo.

Pode chorar, gajo. Eu te entendo. 

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Fifa, Brasil, Copa e a torcida para um contrato ser rasgado

Uma Copa do Mundo deteriorada - Foto: Divulgação / Arte/Ricardo Zanei

Uma Copa do Mundo deteriorada - Foto: Divulgação / Arte/Ricardo Zanei

Tudo começou com um show de educação, coisa fina mesmo. A troca de farpas entre Jérôme Valcke, Marco Aurélio Garcia e Aldo Rebelo chegou a um nível quase “RicardoTeixeirístico”, com o seu “cagando de montão”. Mas, confesso: estou torcendo para a Fifa.

Valcke falou a verdade, mas com um palavreado estúpido. Aí o governo Dilma reagiu – com total e absoluta razão – e quer que o cara não seja mais o interlocutor da Copa. Até aí, ação e reação, tudo justo. Aí o Blog do Juca Kfouri traz a notícia que há uma cláusula no contrato da Copa que permite à Fifa rasgar o papel e fazer o Mundial em outro lugar, como você pode ler abaixo:

“E a semana começa com uma tremenda saia justa e uma espada sobre a cabeça porque até junho a Fifa pode desistir de fazer a Copa no Brasil sem ter de pagar um tostão de multa. É claro que esta é uma hipótese remota, impensável mesmo, jamais acontecida. Mas…”

Chama a atenção a frase “sem ter de pagar um tostão de multa”. E quando se fala em dinheiro, essa patotinha envolvida não quer perder, ou melhor, deixar de ganhar um centavo. A Fifa acha que as coisas estão atrasadas, mas parece que ela não sabe que aqui é o Brasil, que as coisas são entregues aos 48min do segundo tempo justamente por causa da grana. E, claro, não podemos esquecer que esse é ano de eleição.

Posso dizer que, diante de tal situação, nunca torci tanto para a Fifa. Não estou traindo a pátria não, pelo contrário. Mas a minha torcida é para que a entidade rasgue de vez essa papelada e jogue o Mundial onde quiser, mas o tire daqui. Como explicar isso?

Acho que o Brasil tem condições de realizar uma bela Copa, mas o problema são as pessoas que estão por trás disso. É o tipo de gente que você compra um carro zero e vai ter problemas.

Se eu fosse dirigente, também gostaria e brigaria para ter uma Copa por aqui. Pense bem: eu trabalho com futebol e não vou querer o maior evento mundial da bola no meu país? Mas eu não sou cartola, sou cidadão, e o que estão fazendo com o nosso dinheiro é uma verdadeira palhaçada.

Por isso, torço para a Fifa, para que o contrato vá para o limbo. Seria algo sem precedentes no futebol mundial. Mais do que isso, seria um tapa na cara sem precendentes em quem está aí construindo estádio, ou melhor, atrasando obra, fritando o dinheiro público a torto e a direito. Talvez se tornasse o choque de decência e honestidade que a nossa sociedade precisa. O problema é que a Fifa é a Fifa e, bem, tem aquele ditado dos “100 anos de perdão”…

Enfim, não vai acontecer, mas, que seria lindo, seria.

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A evolução do Fifa, e não da Fifa

Capa do Fifa 12 - Foto: Divulgação

Capa do Fifa 12 - Foto: Divulgação

A evolução do game Fifa é impressionante. Que o diga a nova versão, o Fifa 12, que eu “peguei” na sexta, mas joguei pela primeira vez na madrugada de segunda para terça. Gráficos cada vez mais realistas, jogos cada vez mais difíceis de ganhar. Eu não sou um completo idiota do jogo, mas confesso que ainda estou em busca da minha primeira vitória. Gols, só com Messi e Cristiano Ronaldo.

Fico aqui imaginando se a Fifa, a entidade, avançasse ano a ano como o game, especialmente no quesito, digamos, hombridade. Ou, ainda, se tivesse a clareza das imagens do game. Seria bem bacana, não?

Abaixo, um vídeo com a evolução do Fifa. Para quem é meio viciado, como eu, dá para relembrar bons momentos do game. Sim, é coisa de nerd, mas acho que dá para conviver com isso…

A evolução do Fifa

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