“Once Brothers”, choro e silêncio

"Once Brothers" - Foto: Divulgação

“Once Brothers” – Foto: Divulgação

É impossível ficar impassível diante do turbilhão chamado “Once Brothers”, documentário da série “30 for 30”, com 30 filmes em celebração aos 30 anos da ESPN. Não viu? Corra e assista.

Não sou especialista em cinema. Adoro filmes, mas os vejo cada vez menos. Quanto a documentários, a assiduidade é ainda menor. Mas “Once Brothers” é, pra mim, um dos melhores documentários no que já vi.

Existem trocentas sinopses do filme na internet, e não vou me ater muito nisso. Resumindo, é a história de como amizade entre Drazen Petrovic e Vlade Divac, ambos jogadores de basquete, se deteriora graças à guerra na Iugoslávia.

Na verdade, o parágrafo é uma grande mentira. É amizade, guerra, encontros, desencontros, sucessos, fracassos, sorrisos, lágrimas. É, sim, uma grande história de erros e acertos, de escolhas pessoais e impessoais, de vida.

Você aí que está pensando “há, falou que eu vou perder 1h30 da minha vida vendo uma historinha de basquete”, deixe o preconceito de lado. Não adianta disfarçar não, é com você mesmo que eu estou falando. O basquete está ali, servindo de pano de fundo, mas passa desapercebido em tantas e tantas vezes que você até esquece que tem a ver com uma bola e duas cestas.

"Once Brothers", Petrovic e Divac - Foto: Reprodução

“Once Brothers”, Petrovic e Divac – Foto: Reprodução

Aliás, a história é tão complexa e envolve tanta coisa que o doente por esporte, e só por esporte, corre o sério risco de ficar boiando. Ou de ficar apenas na superfície do que está na tela, sem perceber que tudo está debaixo daquele enorme tapete. Curiosamente, é um documentário de foge tanto do âmbito esportivo que se torna um prato cheio para aulas de Filosofia, Geografia, História e Sociologia.

Vi o filme pela primeira vez em dezembro de 2010, numa madrugada solitária de trabalho no UOL Esporte. Fico feliz pelo “solitária”, já que chorei que nem criança. Hoje, 16/05, em um intervalo de “A Liga”, da Band, corri os canais e vi que estava passando ma ESPN. Vi e chorei novamente.

Claro, existem pontos de vista e pontos de vista, e “Once Brothers” mostra apenas um deles. Com isso em mente, fica evidente que Divac não é um santo, nem Petrovic é o diabo. E vice-versa. É uma história sem mocinho nem bandido.

“Once Brothers” é o tipo de filme que te deixa pensando na vida por horas, dias. Tentar entender como e por que irmãos “de sangue” se separam exatamente pelo mesmo sangue que os uniu, pelo ponto geográfico onde nasceram, é um desafio. Aí, a vida passa, e tudo que poderia ser dito se perde no silêncio.

“Once Brothers” – Trailer legendado

6 Comentários

Arquivado em Análises espertas do cotidiano, Basquete, Cinema, NBA

6 Respostas para ““Once Brothers”, choro e silêncio

  1. Romulo Eufrasio

    Boa tarde. Queria saber onde posso baixar o filme todo do “Once Brothers”? Quero colocar no blog q estou fazendo https://educacaofisicafascinante.blogspot.com

  2. Galera, vcs sabiam que este documentario acima pode ser acessado com legendas embutidas no Youtube – link para esta produção marcante:

    Vão lá e aproveitem !!!!!!!!!!!!!

  3. Alysson Cardinali

    Filmaço. Muito bom mesmo. E, para os apaixonados por esporte/basquete, fica um dever de casa para antes ou depois do filme. Deixar a NBA um pouco de lado e pesquisar sobre a fabulosa seleção da Iugoslávia do fim da década de 80 e início da década de 90. Um timaço!!! Aliás, os iugoslavos também tinham uma bela seleção de futebol. Pena a guerra ter ceifado o país e impedido que o esporte prosperasse no país.

  4. Realmente esse Once Brothers é incrível. Mas ontem passou outro documentário tão bom, ou talvez até melhor que este. Se chama Survive and Advance, sobre a história do time campeão do basquete universitário em 83, a grande zebra em ano em que muitas futuras estrelas da NBA jogavam. Além das 9 viradas de placar inacreditáveis, o modo como técnico tratava seua jogadores, seu pensamento nada ortodoxo e uma tregédia em sua vida pessoal tornam esse documentário uma grande lição de vida para qualquer um.

  5. José Eduardo Lopes

    Sem maiores comentários… O melhor documentário qaue ja vi em toda a minha vida (51 anos)… Fantástico, cativante, maravilhoso….

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