Brazuca, com “z”, um tatu-bola e histórias para um herdeiro imaginário

Tatu-bola sem nome e carisma segurando "Brazuca" - Foto: Reprodução/Veja

Tatu-bola sem nome segurando a carismática “Brazuca” – Foto: Reprodução/Veja

É brazuca, com “z”, o nome da bola da Copa do Mundo de 2014. Nem quando a gente tem chance de acertar, acerta. Brazuca é legal? Não, não mesmo. É um nominho insosso, sem sal, sem açúcar, que não representa absolutamente nada.

Pior é que os dois outros nomes que foram para a “final” na escolha popular não eram lá sensacionais. De qualquer forma, “Bossa Nova” e “Carnavalesca” são alcunhas com muito mais representatividade do que “Brazuca”.

Quando leio “Brazuca”, sempre fico com a sensação que é um apelidinho mequetrefe. A preguiça de falar “brasileiro” criou “brazuca”, assim como a preguiça de falar “carioca” criou “carica”. Ou seja, não significa muita coisa, né?

“Bossa Nova” e “Carnavalesca” me parecem ter mais DNA que “Brazuca”. Afinal, a música é, ao lado do futebol, o maior produto exportação do país no quesito cultural, certo? Agora “Brazuca” exporta o quê?

Por falar em DNA, claro que a minha preferência era por “Gorduchinha”. Caramba, seria uma bola com história, com um DNA nobre de um cara sensacional como Osmar Santos, dono de uma trajetória de vida admirável como a de trocentos brasileiros por aí.

No meio disso, eu me imagino, daqui 10 anos, pegando uma “Brazuca” na mão e explicando para o herdeiro que as bolas da Copa passaram a ser batizadas desde 1970. Cada uma tem uma história bacana, mas “Brazuca”, bem, “Brazuca” foi eleita na internet, olha que legal. E é isso.

Ainda tem o lance do “z”, americanizado mesmo, por causa do registro da marca. E ainda pinta a história que “Brazuca” é uma maneira pejorativa para os portugueses falarem dos brasileiros, com “s”. A fonte, segundo o jornal “O Dia”, é a ABL (Associação Brasileira de Letras).

O pacote “Brazuca” veio acompanhado de um tatu-bola, que será a mascote da Copa. Pelo menos é o que diz a revista “Veja”, que completa: o nome do bicho, que lembra o Sonic do Mega Drive, será escolhido em votação na internet.

Primeiro, por que raios um tatu-bola? Se for pelo trocadilho do nome, é demais, não? É como chamar um churrasco na praia de, sei lá, peixe-boi. Genial a piada, não? Deve ser para mostrar claramente que essa Copa tem tanto labirinto nebuloso que só um tatu-bola para encontrar alguma coisa por ali. Segundo, por que raios votação popular? É capaz de chamarem o bicho de “Brazuca”, aí alinha tudo, fica um nome só e é mais fácil pra gente guardar, né? Opa, pensando nisso, mais uma ideia espetacular: por que não chamar o tatu-bola de bicho-preguiça? Tudo em prol do hífen!

Tenho pena do meu herdeiro imaginário. Acho que vou contar duas histórias para ele. A verdadeira, sem graça, e a minha versão, bem mais temperada. Aposto que ele vai gostar mais da segunda opção.

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